Sem dúvidas, um dos temas mais recorrentes nas pautas semanais de empresas que buscam pelo aperfeiçoamento na aquisição e armazenamento de dados pessoais é o Data Discovery. De forma gradual, este tema ganhou alta relevância no abrangente assunto da segurança de dados, mais especificamente no que se refere aos métodos rentáveis de mapeamento de dados pessoais.
Mas afinal, o que é Data Discovery? Qual sua relevância dentro do processo de mapeamento de dados? Existem intuitos financeiros por trás dessa nova tecnologia? Diante de tantos questionamentos, podemos notar que esse é um tema complexo. O que acontece é que as empresas precisam compreender essa nova medida, para decidir sobre o modo mais eficiente de sua aplicação dentro do contexto empresarial.
Esse artigo visa esclarecer os questionamentos levantados acima. Quero que você entenda, antes de mais nada, como funciona o mapeamento de dados, o que significa o Data Discovery e qual a sua finalidade, e também, o que você precisa fazer para aplicá-lo na sua empresa de maneira adequada. Por isso, as respostas serão abordadas de maneira sistemática ao longo do texto, para acabar com possíveis lacks na compreensão do assunto.
1. O que é um mapeamento de dados?
O mapeamento de dados, ou Data Mapping, é uma etapa de extrema importância dentro do processo de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Resumidamente, esse mapeamento é uma pesquisa realizada com o intuito de analisar a maneira com que a empresa coleta e armazena os dados, para inventariar sistematicamente a trajetória dessas informações. Dessa forma, a empresa detém o conhecimento de como cada área coleta a base de dados necessária para o funcionamento fluído de seus serviços.
2. A falta de um Data Mapping pode atrapalhar o andamento da empresa?
Como já exposto acima, o Data Mapping desempenha um papel crucial no processo de rastreamento e catalogação estratégica dos dados, haja vista que em alguns casos, os dados coletados não são, necessariamente, úteis.
Além disso, pode ocorrer um compartilhamento excessivo de dados entre todas as áreas da empresa. Tal excesso de informação pode gerar problemas de credibilidade da marca, atacando diretamente a fidelidade de clientes e a atração de novos leads.
Em outras situações, até mesmo grandes empresas não possuem clareza sobre a trajetória dos dados que coletam. Vale ressaltar que essa etapa abrange desde a coleta dessas informações (seja por formulários, cadastros ou enquetes), passando pelo armazenamento, até o descarte desses dados. A seguir, veremos especificamente cada um dos passos que constituem a trajetória dos dados:
- Coleta
A etapa da coleta de dados é no contato inicial com o titular dos dados (lead, cliente, colaborador…). É nesse momento que as informações são pedidas, seja para cadastro, para viabilização de projetos e serviços, ou para contratação, por exemplo. - Processamento
Na fase de processamento dos dados, a controladora organiza a grande quantidade de informações que chega na etapa de coleta. Dessa forma, os dados chegam de maneira adequada para o próximo passo. - Análise
Nesse momento, os dados são analisados de forma cuidadosa e metódica, de acordo com os princípios e bases legais da LGPD, para que possam ser utilizados de maneira proveitosa e satisfatória, tanto para a empresa controladora, quanto para os titulares. - Publicação
A publicação dos dados, por sua vez, não é presente em todo tratamento de dados. Isso porque o compartilhamento de dados necessita do consentimento do titular, e nem sempre ele libera a publicação de suas informações pessoais. - Armazenamento
O armazenamento é a fase em que os dados vão para a plataforma escolhida pelo controlador, a qual é falada para o titular de forma transparente. - Reutilização
A reutilização é feita em um momento posterior do armazenamento dos dados, onde a empresa percebe que tais informações ainda podem ser úteis para metrificações, estratégias internas, e até mapeamento de fluxo de mercado. - Exclusão
A etapa de exclusão é realizada quando os dados já não são mais úteis para a empresa, ou quando o titular já não vê mais sentido em continuar o compartilhamento de seus dados.
Por esse motivo, o mapeamento de dados é tão importante. É ele quem vai apresentar toda a trajetória que cada tipo de dado percorre, por qual ou quais áreas ele passa, sua finalidade em cada uma dessas áreas, e, por fim, como é feito o seu descarte.
Soma-se a isso a função de mostrar as redes de armazenamento que a empresa utiliza, o modo em que os dados podem ser compartilhados com terceiros e fornecedores, bem como otimizações disponíveis na proteção dos dados pessoais.
3. O excesso de dados é perigoso?
A resposta para esse questionamento varia de acordo com o nível de adequação de uma empresa à LGPD. Quando falamos sobre uma empresa que já está devidamente adequada e possui uma cultura de proteção de dados fortemente enraizada com seus colaboradores, os dados podem ser convertidos em importantes informações.
Apesar da Lei Geral de Proteção de Dados prezar pela necessidade da coleta, o dispositivo legal também estabelece como requisito indispensável a finalidade dessa coleta. A diferença é que, no princípio da necessidade, a LGPD afirma que somente dados realmente necessários para a realização do serviço devem ser coletados. No entanto, o princípio da finalidade preserva a ideia de que deve existir um intuito para a coleta daquele dado.
Isso significa que nem sempre o excesso vai estar em contrariedade com a lei, desde que respeite os princípios mencionados acima. É nessa condição que se faz necessária a presença do Data Discovery e do Data Mapping. Enquanto o mapeamento dos dados vai apresentar a matriz de risco de um possível vazamento pelo excesso, o Data Discovery usará tal excesso de dados na finalidade de transformá-los em informações necessárias.
4. Mas afinal, o que é Data Discovery?
O processo de Data Discovering é a busca de padrões e ideais sobre os clientes e o mercado, usando como base o mapeamento de dados. Ao utilizar esse processo, a empresa observa os dados pessoais para traduzi-los em informações importantes, com a finalidade de entender seu mercado e seu público-alvo. Dessa maneira, o Data Discovery revela importantes necessidades:
I- Mudanças;
II- Inovações;
III- Otimizações na captação de leads, entendendo o ICP (Ideal Customer Profile) da empresa;
IV- Possibilidades de novos serviços;
V- Metrificação do fluxo de capital dentro das Smart Cities.
Todos os pontos abordados são resultados estratégicos para que o negócio seja mais assertivo, tanto no âmbito financeiro, quanto, no âmbito de Customer Success (abrindo margem para a revenda e indicação).
5. Data Discovery na Lei Geral de Proteção de Dados
Em muitas áreas do mundo corporativo, o Data Discovery é extremamente eficaz. Quando falamos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), entendemos que os dados já são de posse da empresa. Por esse motivo, sua utilização acaba por se tornar mais segura, visto que o titular dos dados já está ciente que a empresa tem conhecimento dessas informações.
Apesar desses benefícios, vale lembrar que, como a LGPD visa a proteção do titular dos dados, a utilização desses dados para informações comerciais, com a finalidade de entender a logística de mercado, anda em uma linha muito tênue: o cuidado com um possível vazamento de dados.
6. Conclusão
Visto isso, os processos de data mapping e data discovery tem papel fundamental no desenvolvimento das empresas. Eles auxiliam em diversos aspectos de mercado como por exemplo o âmbito financeiro, o fluxo de dados e os perfis de ICP’s, aspectos atingidos com maior destaque. Sendo assim, StartUps renomadas e grandes empresas não são capazes de gerir seus negócios fora do contexto da captação de dados pessoais, ao tratar de estudos de um fluxograma de ICP (Ideal Customer Profile).
Por fim, a dica deste artigo vale tanto para os empreendedores que estão começando seu negócio, ou empreendedores que ainda não começaram a estudar as possibilidades de mercado em torno dos dados, o ideal é justamente recorrer a uma empresa de consultoria personalizada, no intuito de potencializar os resultados desse processo de modo ao terceirizar esse serviço seja possível otimizar o tempo e alcançar resultados precisos. O futuro de nossos negócios começa agora, e o data mapping, em conjunto do data discovery, são grandes oportunidades a serem agarradas.
Tiago Jubran Miranda